sábado, 12 de fevereiro de 2011

Primeira Cheia: Uma Lista

Olá a todos!

Madrugada de sábado para domingo, acordado há quase vinte e uma horas, e resolvi fazer uso deste tempo (e pique) para inaugurar este espaço.

O título que dou a este blog é uma referência àquela parte da gente que pode corresponder a uma vastidão, a um mundo, mas que fica grande parte do tempo escondida, aguardando em silêncio a chegada a um ponto específico do trajeto onde poderá enfim ganhar espaço e identidade próprios. Pretendo, portanto, fazer aqui uma janela do que vem a ser o meu mar clandestino - e chego a este ponto inspirado por um grupo de pessoas queridas que fizeram o mesmo com os seus, dando a eles os nomes que julgaram adequados.

Mas comecemos devagar: apresentar uma ideia desta forma pode parecer um tanto pretensioso em se tratando de apenas um blog. O que eu tenho de clandestino a mostrar aqui nada mais é do que uma gama de paixões normais e, no meu caso, extracurriculares: o bom e velho falar de música, cinema e poesia quando se pode respirar da rotina.




E a primeira parte deste papo que proponho a vocês vem inspirada pelo indivíduo acima. Para os que não conhecem, trata-se de Rob Gordon, amargurado ex-DJ e dono de loja de discos que tem por hábito avaliar os momentos da sua vida traçando paralelos com músicas que os marcaram - ou ao menos é este o quadro que ficou na memória do filme "Alta Fidelidade", que me apresentou a esta figura (nascida, por sua vez, no livro homônimo de Nick Hornby, onde, antes de ser encarnada por John Cusack, se chamava Rob Fleming) e é digno de ser mais uma vez revisto, tendo em conta os quase oito anos desde a última visita, de modo a construir uma recordação que lhe seja mais fiel. Mas isso pouco importa agora: pego emprestado de seu anti-heroico, carismático e às vezes quase insuportável protagonista apenas o hábito que, no começo dos anos 00, o tornou, digamos, pop - o gosto pela elaboração de listas.

Se as listas de Gordon iam desde os cinco maiores foras que levou de mulheres até as cinco melhores faixas de abertura de discos de música pop (isso, novamente, se a memória não me passa a perna...), meu raio de abrangência é bem mais humilde e menos expositivo. Afinal, o que nos custa sermos leves às 02h49 da manhã?

Então, deixando para trás algum rigor e abraçando descaradamente um certo plágio temático, trago aqui uma lista de dez (sim, dez, e não cinco, pois não estou em condições de ser sintético; além do mais, restrições em excesso seriam um contrassenso aqui no blog) grandes faixas de abertura de discos que ouvi ao longo dos últimos anos. Não me dei ao trabalho de classificar quais as melhores, o que seria deveras injusto para com as próprias, já que muitas delas são extremamente diferentes entre si.

Vamos lá, então?

1. "Back In The Saddle", Aerosmith, no disco "Rocks" (1976):
http://www.youtube.com/watch?v=bDKxUt9UkmU

2. "Samba a Dois", Los Hermanos, no disco "Ventura" (2003):
http://www.youtube.com/watch?v=EHHT1yyGquQ

3. "Good Times, Bad Times", Led Zeppelin, no disco "Led Zeppelin" (1968):
http://www.youtube.com/watch?v=Cm2-K6ttHYs

4. "Deus Lhe Pague", Chico Buarque, no disco "Construção" (1973):
 http://www.youtube.com/watch?v=nq7TTaG2bhs

5. "Everything In Its Right Place", Radiohead, no disco "Kid A" (2000):
http://www.youtube.com/watch?v=onRk0sjSgFU

6. "Seven Nation Army", White Stripes, no disco "Elephant" (2003):
http://www.youtube.com/watch?v=0J2QdDbelmY

7. "Found That Soul", Manic Street Preachers, no disco "Know Your Enemy" (2001):
http://www.youtube.com/watch?v=9PXyruq_ktM

8. "Becuz", Sonic Youth, no disco "Washing Machine" (1995):
http://www.youtube.com/watch?v=kqPrP5aa5eU

9."Felicidade", Marcelo Jeneci, no disco "Feito Pra Acabar" (2010):
http://www.youtube.com/watch?v=4PSqwdUo_sc

10. "Welcome To The Working Week", Elvis Costello, no disco "My Aim Is True" (1977):

http://www.youtube.com/watch?v=iSyBVhgPy5A

Ouviram alguma? O que acharam? Compilando-as, cheguei a cogitar um CD apenas de "Number Ones", o que, à medida em que fossem organizadas em determinada sequência, levaria à diluição do impacto que possuíam como atos de abertura de seus álbuns originais e, logo, acabariam por forçar uma reavaliação da força que de fato possuem. Ou será que teríamos um aberrante (e talvez sensacional) disco de dez aberturas, cada uma sugerindo uma criatura distinta, dadas as suas peculiaridades?

Devaneios de quem precisa dormir à parte, vamos incrementar a brincadeira. Digam vocês também quais faixas de abertura deixaram uma marca, seja por anunciarem um grande disco que só fez se confirmar em seguida, seja por representarem um belo, porém desperdiçado, começo.

Um abraço e bemvindos!!!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário