sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Um poema: "Fantasias"

Acredite em mim: eu sou sujo.
As minhas entranhas por vezes urram o indizível,
Pedindo uma satisfação rasgada e abusiva.

Não há uma besta dentro de mim - eu sou o próprio animal insaciável.
Curioso, criativo, quase vulgar,
Um alvoroço de mandíbula e vísceras dependuradas do raciocínio.
Um par de rins esfomeados e autofágicos,
Mãos encrespadas pela cegueira do tato freado.

Sou mais do que se enxerga em fendas do que nas planícies,
Só que as roupas são demais apertadas e asfixiam em pequenas celas o íntimo flamejante.
Meus sonhos são as cheias dos corpos cavernosos,
Serpenteando espinha e cerebelo,
Fazendo abrir-se em espasmos este leque de vontades cortantes.

Mas a minha maior fantasia é te proteger.


RF
25/09/2006
Às 2h31 AM

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