sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Uma Parceria: "Confete" (Bernardo Canto & Rodrigo Fróes)

Joga o peso do mundo de um ombro pro outro,
Os tornozelos frágeis abrem o caminho,
O desapego faz o seu figurino
E a sua dança eu quis fotografar.

Gestos breves e expressões tão obtusas,
Sem ter frase, zomba e ri das minhas Musas,
Mas é lisonjeiro o desespero
Que há tempos guardei para você.

Nunca me queira tentar ao me encarar como quem vê um igual.
Neste baile de vaidade travestido em Carnaval,
Jogo confete na sua verve.
Depois reclamo, tirano, da sujeira que terei que limpar.

Sua nudez agride o meu pé descalço,
O desnível faz do palco um cadafalso
De ponta-cabeça quando os aplausos
Rebentam sem saber para quem.

Esta face doce desta minha posse
Ao lhe ver dançando quase se retorce,
Feito um exagero, um medo antigo
De ser eu, ser só meu e mais ninguém.

Nunca me queira tentar ao me encarar como quem vê um igual.
Neste baile de vaidade travestido em Carnaval,
Jogo confete na sua verve.
Depois reclamo, tirano, da sujeira que terei que limpar.

02/01/2010, 01h13 AM

Nenhum comentário:

Postar um comentário